segunda-feira, novembro 14, 2005

FGTS X FEGUETESI: A SINTONIA
















Hoje abri o jornal e vi uma matéria sobre Moraes Moreira. Lembrei da minha vidinha em Itu, interior de São Paulo (cidade da minha infância e das minhas mais ingênuas recordações).

Tempo engraçado. Tempo em que eu tinha mais ou menos 8 pra 9 anos e começava a assimilar a cultura paulista, mas minha mãe não deixava. Tempo de aprender o alfabeto na escola e de desaprendê-lo em casa.

Enquanto a professora ensinava que a letra M se pronunciava como eme, mãe dizia que era me, ou seja, palavras como FGTS no modo dela, saia com a fonética FEGUETESI. Kakakakakakaka!!!!!!!! Muito bom!!! A cultura baiana, a do sotaque aberto nas vogais ela queria que perpetuasse e os conflitos eram constantes. Choque cultural mesmo!!!

Com o tempo isso passou e ela aprendeu que não poderia impor as coisas daquela forma, era inútil. Eu, no fundo, no fundo, adorava aquilo. Tudo era uma “dééélicia”, como ela diz. Eu adorava ser baiana e paulista ao mesmo tempo e vivia ouvindo as canções de uma fita de Moraes Moreira pra me sentir mais baiana. A música que eu mais gostava era “Sintonia”. Vai ver que é por causa dela que amo rádio. Hehehehe!!!

Aproximadamente, dez anos passados disso tudo, eu já em Salvador, fui ao Pelourinho com um amigo, Alan. Ao chegar em uma daquelas praças ouvi uma voz. A curiosidade me impulsionou até o palco e lá estava aquele que viveu durante anos somente no meu imaginário infantil.

O timbre e a essência melódica eram as mesmas, mas era diferente. Diferente porque, a partir daquele momento, Moraes Moreira saíra da fantasia para pertencer a minha realidade visual. No palco, abraçado ao seu violão, ele cantava e encantava a platéia com o seu jeito descalço de ser. Por ele ser simples assim que eu gosto dele.


“Sintonia” (ouça)
Escute essa canção que é pra tocar no rádio
No rádio do seu coração. Você me sintoniza
E a gente então se liga nesta estação
Aumenta o seu volume que o ciúme não tem remédio
Não tem remédio não tem remédio não
Aumenta o seu volume que o ciúme não tem remédio
Não tem remédio não tem remédio não
E agora assim aqui pra nós, pelo teu nome não me chama
Você é quem conhece mais a voz do homem que te ama
Deixa eu penetrar na tua onda, deixa eu me deitar na tua praia
Que é nesse vai e vem nesse vai e vem que a gente se dá bem

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Restituiu-te na minha memória, por dentro das flores!
Deixa virem teus olhos, como besouros de ônix,
tua boca de malmequer orvalhado,
e aquelas tuas mãos dos inconsoláveis mistérios...creio que memórias são fiéis ao pensamento humano e retratam o que vem do mais doce intimo ser...tal percepção que se tem das circunstâncias particulares das lembranças que cada vez se constituem e controem dentro de nós...

terça-feira, novembro 15, 2005 10:46:00 AM  
Anonymous Anônimo said...

Depois diz que não leva jeito pra ser poeta, hein? Pra mim, aquele que consegue mexer com as emoções do outro, por meio das palavras, é um poeta por excelência.
Obrigada!

terça-feira, novembro 15, 2005 8:50:00 PM  

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